Claudete é
catadora de recicláveis desde os 12 anos. Aos 20 anos já sobressaia
como liderança de catadores em situação de rua. Seu grupo é
resultante de cooperativas que foram fechadas no Governo Cesar Maia.
Sem perspectiva de futuro, e em situação de rua, estes catadores,
buscavam um rumo. Foi então que Claudete, em reunião com um grande
número deles propôs a criação de uma cooperativa, como forma de
sair das condições em que e encontravam.
Aos 21 anos ela
assume a frente deste grupo que atua em diversas localidades do
Centro do Rio do Janeiro. Assim nasce a Cooperativa Reciclando Para
Viver, com a sigla RPV. Mas infelizmente apesar de um grupo
mobilizado e coeso é preciso muito mais, para existir de fato e de
direito.
Somente em 2011, 10
anos depois da formação da RPV, quando Claudete tomou conhecimento
do Projeto CataSonhos, boa parte de seus problemas encontraram
solução. O projeto é patrocinado pela Petrobras e realizado pela
Ong Guardiões do Mar. Algumas das conquistas da RPV, pelo projeto
foram: Oficialização
da RPV; uniformes, computador/impressora, EPI's; kit de ferramentas;
Big Bags para acondicionamento de material; Deixaram de triar o
material de cócoras, pois passaram a usar a mesa de triagem doada
pelo projeto e comercialização em Rede. Além
de tudo isso, a RPV teve acesso a um caminhão com todas as despesas
pagas (motorista, manutenção e combustível) que coletava o
material nos grandes geradores e levava até a cooperativa.
A RPV é composta
por 101 catadores, dos quais 26 aderiram a idéia de atuar em rede
(CATASONHOS). Para 2012 Claudete acalenta o sonho do galpão próprio
e reunir todos os 101 catadores, fortalecendo a ideia de redes de
comercialização, pois sabe ser este o melhor caminho para melhoria
da qualidade de vida dos catadores, pois além de liderança da RPV,
ela também representa o MNCR, por ser integrante da Coordenação no
Rio de Janeiro.